A helicoverpa armigera apresenta grande mobilidade e alta capacidade de sobrevivência, mesmo em condições adversas, podendo completar várias gerações ao ano e finalizando o seu ciclo de ovo a adulto no período de quatro a seis semanas (FITT, 1989). Além disso, pode se dispersar com grande facilidade, pois os adultos são migrantes naturais e apresentam movimento de longo alcance, podendo chegar a 1.000 km de distância.
Figura 1. Lagarta de H. armigera atacando vagem de soja, na safra 2012/2013.
No Brasil, a primeira ocorrência de H. armigera foi relatada oficialmente em março de 2013 (EMBRAPA, 2013). Os espécimes foram coletados nos estados da Bahia, Mato Grosso, Paraná, Goiás, e também no Distrito Federal, causando danos nas culturas do milho, soja e algodão (CZEPAK et al., 2013; SPECHT et al., 2013).
Segundo Sosa-Gómez et al. (2016), técnicas de identificação molecular e morfológica indicavam que, até aquele momento, H. armigera ocorria nos seguintes estados do Brasil: Roraima, Amapá, Piauí, Bahia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal, Goiás, Espírito Santo, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul. Entretanto, a amostra mais antiga utilizada no estudo e confirmada como H. armigera datava de 14 de outubro de 2008, proveniente de Rolândia (PR), indicando que a introdução da praga no país pode ter ocorrido antes do que se imaginava.
Figura 2. Espécimes do gênero Helicoverpa coletadas no Brasil e identificadas por meio de técnicas morfológicas e moleculares.
A análise de insetos previamente coletados e depositados em museus por vários autores sugere que, pelo menos no estado do Rio Grande do Sul, a introdução de H. armigera ocorreu após dezembro de 2008 e antes de maio de 2011 (SOSA-GÓMEZ et al., 2016). Portanto, diante das evidências fornecidas e considerando um cenário de introdução de H. armigera no Brasil antes de 2008, pode-se inferir que esta praga teve tempo suficiente para formar altas populações detectadas como surtos na safra 2012/2013 (EMBRAPA, 2013).
O fato de H. armigera ter sido detectada de norte a sul no Brasil durante a safra 2012/2013, quando danos substanciais foram relatados por vários pesquisadores, corrobora a hipótese que a introdução da espécie ocorreu anos antes da sua identificação oficial no país, prejudicando a tomada de decisão para minimizar o impacto da praga.
A detecção de H. armigera como uma praga de alto potencial de dano em importantes culturas comerciais, como algodão e soja, revela a vulnerabilidade do Brasil e de outros países da América do Sul em relação às pragas quarentenárias. Os esforços para revelar a origem e os meios de invasão dessas pragas são essenciais para projetar estratégias de manejo, a fim de prevenir futuras introduções de espécies invasivas.
REFERÊNCIAS:
CZEPAK, Cecília et al. Primeiro registro de ocorrência de Helicoverpa armigera (Hübner)(Lepidoptera: Noctuidae) no Brasil. Pesquisa Agropecuária Tropical, v. 43, p. 110-113, 2013.
Embrapa, 2013. Nota técnica sobre resultados do trabalho inicial de levantamento da lagarta do gênero Helicoverpa – detecc ̧ ão da espécie Helicoverpa armigera no Brasil. Embrapa Cerrados, Planaltina.
FITT, Gary P. The ecology of Heliothis species in relation to agroecosystems. Annual review of entomology, v. 34, n. 1, p. 17-53, 1989.
REED, W. Heliothis armigera (Hb.)(Noctuidae) in Western Tanganyika. II.—Ecology and natural and chemical control. Bulletin of Entomological Research, v. 56, n. 1, p. 127-140, 1965.
SOSA-GÓMEZ, Daniel R. et al. Timeline and geographical distribution of Helicoverpa armigera (Hübner)(Lepidoptera, Noctuidae: Heliothinae) in Brazil. Revista Brasileira de Entomologia, v. 60, p. 101-104, 2016.
SPECHT, Alexandre et al. Identificação morfológica e molecular de Helicoverpa armigera (Lepidoptera: Noctuidae) e ampliação de seu registro de ocorrência no Brasil. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v. 48, p. 689-692, 2013.
WANG, N. C.; LI, Z. H. Studies on the biology of cotton bollworm (Heliothis armigera Hübner) and tobacco budworm (Heliothis assulta Quenee). Journal of the Shandong Agricultural University, v. 1, n. 1, p. 13-25, 1984.
Veja também: Resistência da buva aos herbicidas nas lavouras de soja
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Fonte: Equipe Mais Soja. Por: Lauren Brondani.
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