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Como os insetos tornam-se resistentes a inseticidas

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Como os insetos tornam-se resistentes a inseticidas e como podemos prevenir?

A evolução da resistência ocorre devido à contínua pressão de seleção. É um caso típico de seleção Darwiniana em que a constante pressão de seleção aumenta a frequência relativa de alguns indivíduos “pré-adaptados” presentes na população de determinada espécie-praga (Georghiou, 1983).

Em insetos, a pressão de seleção que resulta na evolução da resistência é o contínuo uso de elevadas doses de inseticidas ou bioinseticidas que compartilham do mesmo modo de ação, o que favorece a sobrevivência de indivíduos portadores de genótipos resistentes. Com o ar das gerações da praga, esse processo pode aumentar a frequência de resistência e, consequentemente, reduzir a eficiência do controle de inseticidas (Bernardi et al., 2016).

Figura 1. Representação esquemática do processo de evolução da resistência de insetos.

Os mecanismos de resistência dos insetos aos inseticidas químicos e biológicos apresentam uma grande variabilidade. Em relação a uma mesma espécie, os mecanismos podem ser diferentes dependendo das populações. A produção de enzimas esterases, por exemplo, é um dos mecanismos de resistência a produtos químicos mais conhecidos e que, de forma acentuada, pode conferir resistência aos inseticidas organofosforados (Sosa-Gómez, 2012).

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Além do mais, existe a chamada resistência cruzada, a qual refere-se aos casos em que um único mecanismo de resistência confere resistência a duas ou mais moléculas inseticidas. Geralmente, quando uma praga não é mais controlada por um determinado inseticida antes utilizado de maneira rotineira, a tendência do agricultor é tentar utilizar outros inseticidas diferentes. Entretanto, não haverá sucesso no controle da praga com essa estratégia de manejo se houver o envolvimento de resistência cruzada que inclua o novo produto.

Portanto, se estratégias de Manejo de Resistência de Insetos (MRI) não forem efetivamente implementadas, a tendência é aumentar a pressão de seleção sobre a população de pragas e, consequentemente, elevar o número de indivíduos resistentes. A estratégia de manejo mais eficaz para combater a resistência é, em primeiro lugar, fazer o possível para evitar que ela ocorra. Desse modo, as estratégias de MRI tem como objetivo evitar ou retardar a evolução da resistência de modo preventivo, ou seja, antes da resistência se tornar um problema econômico, e não de forma a recuperar a suscetibilidade.

Diante do aumento considerável do número de pulverizações de inseticidas em lavouras, é necessário o planejamento do uso de inseticidas a fim de evitar a evolução da resistência aos inseticidas. Como estratégia de MRI, recomenda-se fazer a rotação de inseticidas com modo de ação distinto, pois a frequência de resistência a um produto (A) diminui quando produtos alternativos (B e C) são utilizados (Figura 2).

Figura 2. Princípio básico da rotação de inseticidas.

Segundo Bernardi et al. (2016), para que a estratégia de rotação de inseticidas seja efetiva no MRI, deve-se respeitar o intervalo mínimo para o restabelecimento da suscetibilidade. Quando usado um produto A, esse só deverá ser aplicado novamente após o restabelecimento da suscetibilidade, pois caso contrário pode ocorrer um aumento da frequência de resistência. O intervalo mínimo para o restabelecimento da suscetibilidade varia com o produto, mecanismo de resistência e agroecossistema de cultivo. Na prática, o ideal é que produtor utilize um mesmo inseticida somente uma vez por safra ou ano, para permitir o restabelecimento da suscetibilidade e evitar a evolução da resistência.

Diversas espécies-praga apresentam potencial para o desenvolvimento de resistência a produtos de origem química ou biológica. A grande responsabilidade pela seleção de populações resistentes é de quem emite a recomendação, portanto, entre outros aspectos, deve haver atenção na escolha dos inseticidas recomendados para o controle de pragas. Além disso, é importante a conscientização dos agentes de extensão e produtores rurais para não utilizarem métodos que aumentam os riscos de seleção de resistência a inseticidas.

Revisão: Henrique Pozebon, Mestrando PPGAgro  e Prof. Jonas Arnemann, PhD. e Coordenador do Grupo de Manejo e Genética de Pragas – UFSM

REFERÊNCIAS:

BERNARDI, Oderlei et al. Resistência de insetos-praga a plantas geneticamente modificadas. Borém, A.; Almeida, GD de. Plantas ge?neticamente modificadas: desafios e oportunidades para regiões tropicais. Visconde de Rio Branco: Suprema, p. 179-204, 2011.

BERNARDI, Oderlei et al. Manejo da Resistência de Insetos a Plantas Bt. Edição. PROMIP–Manejo Integrado de Pragas, Engenheiro Coelho, SP, Brasil, 2016.

GEORGHIOU, George P. Management of resistance in arthropods. In: Pest resistance to pesticides. Springer, Boston, MA, 1983. p. 769-792.

NEGREIRO, MCC de; ANDRADE, FG de; FALLEIROS, A. M. F. Sistema imunológico de defesa em insetos: uma abordagem em lagartas da soja, Anticarsia gemmatalis Hübner (Lepidoptera: Noctuidae), resistentes ao AgMNPV. Semina: Ciências Agrárias, v. 25, n. 4, p. 293-308, 2004.

SOSA-GÓMEZ, Daniel Ricardo; OMOTO, Celso. Resistência a inseticidas e outros agentes de controle em artrópodes associados à cultura da soja. HOFFMANN-CAMPO CB et al. Soja–Manejo Integrado de Insetos e outros Artrópodes-Praga. Brasília: Embrapa, p. 673-723, 2012.

Fonte: Equipe Mais Soja.


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