Mucura: por que você nunca deve tentar prendê-lo se ele estiver encurralado
No fundo do quintal, um barulho entre as folhas. Você acende a lanterna e encontra um animalzinho de aparência exótica, com focinho alongado e orelhas grandes. É uma mucura. A primeira reação de muita gente é tentar capturá-la ou expulsá-la, mas isso pode ser uma péssima ideia. A mucura, também conhecida como gambá-de-orelha-branca, não é agressiva por natureza, mas pode se defender de forma inesperada se sentir que está encurralada.
O que é a mucura e por que ela aparece perto de casa
A mucura (Didelphis albiventris) é um marsupial nativo da América do Sul, facilmente confundido com ratos, mas na verdade está mais próxima dos cangurus e coalas. Ela costuma circular à noite, principalmente em busca de frutas, insetos e até pequenos animais. Com o avanço das cidades e a destruição de matas, é cada vez mais comum vê-la em áreas urbanas, especialmente em terrenos baldios ou próximos a matas remanescentes.
Apesar da aparência que assusta, a mucura é uma grande aliada do equilíbrio ecológico: ajuda no controle de pragas, dispersa sementes e limpa restos orgânicos.
Mucura encurralada: o perigo está na reação de defesa
Quando se sente ameaçada, especialmente sem rota de fuga, a mucura pode reagir de forma imprevisível. Não é um animal agressivo por padrão, mas o estresse extremo pode levá-la a morder, emitir sons estridentes ou liberar um odor extremamente desagradável — uma defesa similar à do gambá americano.
Tentar capturar ou acuá-la pode provocar ferimentos tanto no animal quanto na pessoa. A mucura, assim como outros mamíferos silvestres, pode carregar parasitas ou doenças, como leptospirose, toxoplasmose e, em raros casos, raiva. Ou seja: encostar ou manipular um animal selvagem nunca é recomendado.
“Morreu de mentira”: o curioso comportamento da tanatose
Uma das estratégias mais curiosas da mucura quando está em perigo é fingir-se de morta. O nome técnico disso é tanatose. Ao simular a morte, o animal pode enganar predadores que só atacam presas vivas. Durante esse estado, ela permanece imóvel, com respiração superficial e até pode liberar urina ou fezes para reforçar a farsa.
Esse comportamento pode confundir quem tenta “resgatar” a mucura achando que ela está ferida ou desfalecida. Ao se recuperar do susto, ela simplesmente levanta e vai embora como se nada tivesse acontecido. Tentar intervir nesse processo pode ser perigoso para ambos os lados.
O que fazer se encontrar uma mucura em casa
Se a mucura estiver apenas de agem, o ideal é deixar que ela vá embora sozinha. Feche portas internas e mantenha uma rota de fuga para que ela possa sair com segurança. Não use vassouras, paus ou jatos de água — isso pode estressá-la e levá-la a reagir de forma defensiva.
Caso o animal esteja preso em um local de difícil o, como dentro de uma churrasqueira, atrás de eletrodomésticos ou entre telhas, a recomendação é chamar o Corpo de Bombeiros ou uma ONG de resgate de fauna. Esses profissionais têm o treinamento adequado para lidar com a situação sem ferir o animal ou provocar acidentes.
Mucura é sinônimo de sujeira? O mito comum entre moradores
Um erro muito comum é associar a mucura à sujeira e doenças, como se fosse uma praga urbana. Na verdade, ela é uma espécie silvestre adaptada ao ambiente urbano, como tantos outros animais — gambás, saruês, saguis. Diferente dos ratos, a mucura não roí fiação, não invade despensas e não faz ninhos em forros de casas.
Ela busca abrigo e comida, e muitas vezes é atraída pelo lixo exposto, restos de comida no quintal ou árvores frutíferas mal cuidadas. Se isso for evitado, a chance de visitas noturnas cai drasticamente.
A presença de uma mucura no seu quintal pode ser vista como um sinal de equilíbrio ambiental, não de invasão. Esse animal desempenha um papel silencioso mas essencial na cadeia alimentar e no controle natural de insetos e roedores.
Ao permitir que ela siga seu caminho sem interferência, você contribui para a preservação de uma espécie que, apesar da má fama, está longe de ser perigosa. O respeito à fauna silvestre começa com a informação — e termina com atitudes mais conscientes, mesmo diante do susto de um encontro noturno inesperado.
Clique aqui para mais artigos
Leia também o blog Congado, seu app de Gestão de Rebanho
Quer ficar por dentro do
agronegócio brasileiro e receber as principais notícias do setor
em primeira mão?
Para isso é só entrar em nosso canal do WhatsApp (
clique aqui
), e no grupo do WhatsApp (
clique aqui
)
ou Telegram Portal Agron (
clique aqui
),
e no nosso Twitter (
clique aqui
)
.
Você também pode nosso feed pelo Google Notícias (
clique aqui
)
- Se o artigo ou imagem foi publicado com base no conteúdo de outro site, e se houver algum problema em relação ao conteúdo ou imagem, direitos autorais por exemplo, por favor, deixe um comentário abaixo do artigo. Tentaremos resolver o mais rápido possível para proteger os direitos do autor. Muito obrigado!
- Queremos apenas que os leitores em informações de forma mais rápida e fácil com outros conteúdos multilíngues, em vez de informações disponíveis apenas em um determinado idioma.
- Sempre respeitamos os direitos autorais do conteúdo do autor e sempre incluímos o link original do artigo fonte. Caso o autor discorde, basta deixar o relato abaixo do artigo, o artigo e a imagem será editado ou apagado a pedido do autor. Muito obrigado! Atenciosamente!
- If the article or image was published based on content from another site, and if there are any issues regarding the content or image, the copyright for example, please leave a comment below the article. We will try to resolve it as soon as possible to protect the copyright. Thank you very much!
- We just want readers to access information more quickly and easily with other multilingual content, instead of information only available in a certain language.
- We always respect the copyright of the content and image of the author and always include the original link of the source article. If the author disagrees, just leave the report below the article, the article and the image will be edited or deleted at the request of the author. Thanks very much! Best regards!