Frigoríficos brasileiros avançam em boas práticas
Frigoríficos brasileiros avançam em boas práticas, segundo ranking elaborado por investidores internacionais.
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Evolução maior foi da Marfrig, que agora é considerada empresa de baixo risco para investidores.
Boas notícias para as empresas frigoríficas brasileiras. A FAIRR Initiative, associação de grandes investidores internacionais, divulgou, nesta semana, seu quarto ranking posicionando as 60 empresas mundiais que atuam com proteína animal. Quarenta e nove delas produzem carne e 11, peixes e frutos do mar. A Marfrig, que já liderava o ranking das brasileiras no ano ado, ou a ser considerada empresa de baixo risco para os investidores, mas apesar da melhora de suas práticas, perdeu uma posição devido ao avanço de outras. A BRF também evoluiu, e está a apenas dois pontos de ser considerada empresa de baixo risco, indo de 45% em 2020 para 59% do índex deste ano, inclusive saltando da 11ª para a 9ª colocação.
A JBS, que caiu dois pontos, também melhorou bastante as suas práticas e está a apenas quatro pontos percentuais de assumir-se como empresa de baixo risco. Até mesmo a Minerva, que ocupa a última colocação entre as brasileiras, avançou da 30ª para a 25ª posição, e deixou de ser empresa de alto risco, transformando-se em de médio risco. São dez os itens comparativos em política ESG: Governança, Gases de Efeito Estufa e Emissões; Desmatamento e Biodiversidade; Escassez e uso de água; Resíduos e poluição; Antibióticos; Bem estar animal; Condições de trabalho, segurança alimentar e proteínas sustentáveis.
Mas ainda há o que melhorar. Segundo Maria Lettini, diretora executiva da FAIRR, os avanços são significativos e foram interpretados pelos investidores como um excelente sinal, apesar de nenhuma das brasileiras conseguirem rastrear a origem de seu gado. “Isso nos faz perder até 90% do que é desmatado”, disse. Há outros fatores problemáticos, como os gases de efeito estufa, que o Brasil se comprometeu a cortar 30% das emissões até 2030.
Confira a seguir a avaliação, empresa por empresa, sobre onde elas evoluiram e onde precisam melhorar.
Marfrig – Conseguiu deixar de ser uma empresa de médio risco e agora é classificada como de baixo risco para investimentos! Continua sendo a empresa brasileira mais bem colocada no Índex da FAIRR, segue melhorando suas práticas, subiu oito pontos percentuais, de 57% para 65%, mas caiu uma posição porque outras empresas melhoraram mais do que ela – saiu de quarto para quinto lugar no ranking. Melhorou oito pontos percentuais. De três pedidos de informações (metodologia, respostas a questionário online e retorno sobre os questionamentos da FAIRR), respondeu somente o último. (Apenas 32 empresas das 60 responderam).
Avaliação geral:
Gases de efeito estufa:
Subiu 30 pontos percentuais, saindo de 41% para 71%. Foi a única que ultraou a meta mínima da FAIRR (60/100). Agora é de baixo risco neste setor.
Desmatamento e Biodiversidade
Também teve uma melhora excepcional neste quesito, subindo 31 pontos percentuais, de 27% para 58%. Deixou de ser de alto risco e agora é de médio risco neste tema.
Uso e escassez de água
Manteve-se como empresa de alto risco, com os mesmos 30% que já detinha. Não forneceu à FAIRR informações sobre o tema.
Desperdício e poluição
Subiu cinco pontos percentuais, mas não o suficiente para deixar de ser considerada de alto risco neste quesito – foi de 22% para 27%.
Uso de antibióticos
Subiu 15 pontos percentuais, saindo de 30% para 45%. Assim deixa de ser empresa de alto risco neste tema e a a ser de médio risco.
Bem-estar animal
Caiu três pontos percentuais, de 62% para 59%, deixando de ser de baixo risco para ser de médio risco.
Condições de trabalho
Saiu de alto para médio risco, indo de 29.5% para 40%.
Segurança alimentar
Continua como empresa de baixo risco, mas subiu oito pontos percentuais, saindo de 65% para 73%.
Governança
Subiu de 2 para 2.9 pontos, mas continua de médio risco.
Proteínas sustentáveis
Ainda está em boas práticas, mas caiu de 3 para 2,75 pontos.
BRF – Apesar de continuar sendo empresa de médio risco, foi a que teve um crescimento mais efetivo, subindo da 11ª para a 9ª colocação geral. Saltou de 45% para 59% no Index e está a dois pontos percentuais de se transformar em empresa de baixo risco. De três pedidos de informações (metodologia, respostas a questionário online e retorno sobre os questionamentos da FAIRR), respondeu somente o último.
Por outro lado, em parceria com a IBM, a empresa está tentando implementar tecnologia blockchain para evitar fraudes na produção e comercialização de alimentos (pag 59). O cliente poderá saber a origem do animal a carne.
Avaliação geral:
Gases de efeito estufa:
Saltou de 24% para 52%, um avanço de mais de 100%, subindo 28 pontos percentuais! Era de alto risco neste tópico e agora é de médio risco. Não cumpriu a meta da FAIRR.
Desmatamento e Biodiversidade
Crescimento tímido, de apenas 5 pontos percentuais, indo de 23% para 28% mantendo-se como empresa de alto risco.
Uso e escassez de água
Saiu de 22% para 29%, crescendo sete pontos percentuais, mas continua sendo uma empresa de alto risco neste tema. É a única das brasileiras que fornece informações, apesar de limitadas.
Desperdício e poluição
Continua sendo de alto risco, saindo de 15% para 21% – avanço de apenas seis pontos percentuais.
Uso de antibióticos
Saltou de 31% para 60% e está a um ponto percentual de ser uma empresa de baixo risco neste setor.
Bem-estar animal
Continua sendo de baixo risco, mas piorou suas práticas e caiu de 71% para 64%.
Condições de trabalho
Subiu oito pontos percentuais, de 46% para 54%. Ainda é empresa de médio risco.
Segurança alimentar
Subiu dez pontos percentuais, de 35% para 45%, ainda é de médio risco.
Governança
Subiu de 2,35 pontos para 2,9 pontos – ainda é de médio risco.
Proteínas sustentáveis
Mantém-se como empresa de boas práticas quanto a este tema, subindo de 1,5 ponto para 2,5 pontos.
JBS melhorou bastante suas boas práticas subindo dez pontos percentuais, saindo de 47% em 2020 para 57% na pontuação do ranking de 2021, estando a 4 pontos percentuais de se tornar uma empresa de baixo risco – continua sendo de médio risco. No entanto, como outras empresas avançaram mais, caiu da 9ª para 11ª colocação no ranking geral. De três pedidos de informações (metodologia, respostas a questionário online e retorno sobre os questionamentos da FAIRR), respondeu os dois últimos, não revelando sua metodologia.
Avaliação geral:
Gases de efeito estufa:
Melhorou, saindo de alto risco (30%) para médio risco (59%) crescendo 29 pontos percentuais neste ranking específico. Não cumpriu a meta da FAIRR.
Desmatamento e Biodiversidade
Deixa de ser empresa de médio risco e a a ser de baixo risco, subindo 26 pontos percentuais, de 42% para 68%.
Uso e escassez de água
Continua sendo de alto risco, subindo um ponto, de 28% para 29%. Não forneceu à FAIRR informações sobre o tema.
Desperdício e poluição
Subiu dez pontos, de 10% para 26%, no entanto ainda é de alto risco neste quesito.
Uso de antibióticos
Saiu de alto risco para médio risco ao saltar de 14% para 32%.
Bem-estar animal
Caiu neste ranking, mas se mantém como de médio risco, descendo de 57% para 44%.
Condições de trabalho
Melhorou as condições de trabalho de seus funcionários, indo de 50% para 59%. No entanto, ainda é uma empresa de médio risco neste tópico.
Segurança alimentar
Caiu de médio para alto risco, descendo de 38% para 30%.
Governança.
Saiu de alto para médio risco, de 1,45 para 1,95 ponto.
Proteínas sustentáveis
Mantendo-se como boas práticas, saiu de 2 pontos para 2,5 pontos.
Minerva – Subiu cinco posições, da 30ª para a 25ª colocação, saindo de 23% para 37% – assim, deixou de ser de alto risco e agora é uma empresa considerada de médio risco para investimento. De três pedidos de informações (metodologia, respostas a questionário online e retorno sobre os questionamentos da FAIRR), respondeu todas. É a única brasileira que está nos agradecimentos da FAIRR por ajudar com dados.
Avaliação geral:
Gases de efeito estufa:
Ainda é de alto risco neste quesito, mas subiu 11 pontos percentuais no ranking, indo de 13% para 24%. Não cumpriu a meta da FAIRR.
Desmatamento e Biodiversidade
Deixou de ser empresa de alto risco e agora é de médio risco graças ao crescimento de 17 pontos percentuais, indo de 19% para 36%.
Uso e escassez de água
Continua tendo problemas nesta área, com apenas 13%, o mesmo número do ranking ado. Não forneceu à FAIRR informações sobre o tema.
Desperdício e poluição
Decresceu sete pontos percentuais, caindo de 9% para apenas 2%. É de alto risco neste setor.
Uso de antibióticos
Manteve os mesmos 5% de 2020.
Bem-estar animal
Melhorou consideravelmente neste tema, indo de 43% para 68% – aumento de 25 pontos percentuais. Era de médio e agora é de baixo risco.
Condições de trabalho
Saltou de 42% para 64%, o que a transformou em empresa de baixo risco neste tema.
Segurança alimentar
Foi de 28% para 40%, assumindo-se também como empresa de médio risco, deixando de ser de alto risco.
Governança
Subiu 0.8 pontos percentuais, indo de 1,7 para 2,5, mas ainda é de médio risco.
Proteínas sustentáveis
Depois de não pontuar no último ranking, assumiu o posto de boas práticas este ano subindo 0,5 ponto.
FONTE: DATAGRO. Imagem principal: Depositphotos/Racorn(Ralf Cornesse).
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